Galera tava procurando umas notícias do Eric, e achei uma entrevista, bem velhinha já, feita em 14 de Abril de 2004 pela Omelete, e adorei então resolvi postar aqui pra vocês.
"A conversa foi rápida e por telefone, mas Eric Szmanda foi tão gente boa com a gente quanto é o seu personagem, o Greg Sanders da série C.S.I. - Crime Scene Investigation, que acaba de ter a sua primeira temporada totalmente lançada em DVD por aqui. Eric já veio ao Brasil para divulgar a série e, pelo jeito, guarda boas memórias deste país tropical. Acompanhe agora como foi o nosso bate-papo:
- Onde você está agora? No set, se preparando para filmar?
Estou em casa, agora. Meu dia hoje vai ser bem cheio. Uma das coisas que está programada é ir até o estúdio onde fazemos pós-produção para refazer alguns diálogos, que às vezes sofrem com barulhos externos na fita original.
-O que você achou do nosso país?
Foi tudo maravilhoso aí no Brasil. Foi a minha primeira viagem à América do Sul. Adorei as praias, a comida e todo mundo que eu conheci por aí foi muito legal comigo. Mal posso esperar para voltar.
-Como você se preparou para criar seu personagem?
Claro que não é o tipo de coisa que se ensina nas aulas de interpretação, não temos aulas de procedimentos técnicos, nem com os equipamentos que nós temos que lidar na série, mas todos tivemos um curso intensivo na primeira temporada e agora já se tornou algo mais fácil.
-Como foi aprender tudo o que seu personagem faz? Você teve que ir a laboratórios? Fale um pouco mais sobre tudo isso.
Felizmente, já havia muita pesquisa feita quando chegamos e contávamos também com consultores técnicos sempre ao lado, desde o começo, ajudando com todo o procedimento. Assim, não precisamos fazer muitas pesquisas, mas desde que fui contratado, passei a prestar mais atenção a qualquer tipo de programa ou filme de investigação forense que eu vejo, ou artigos ou notícias nos jornais, mesmo a maioria do meu trabalho sendo feito no set.
-No começo, seu papel era pequeno, mas a cada episódio vem ganhando importância. Você já tem uma idéia de quando vai se tornar um CSI que vai para as ruas?
Neste exato momento, estou nesse processo. Estou no início do aprendizado do que os CSI têm que saber para fazer seu trabalho. Ainda cometo muitos erros e eles me ajudam. Mas eventualmente, vou me formar um investigador. Mas, por enquanto, estou apenas curtindo esta fase.
-Mas quando você assinou o contrato, tinha algo escrito que você se tornaria um investigador no futuro?
Não. Eu dou um passo de cada vez. No começo eu fazia só algumas aparições, como convidado especial. No fim da primeira temporada eles me colocaram como um personagem regular. E em alguns momentos da segunda ou terceira temporada, eu comecei a demonstrar o interesse do meu personagem em ir para o campo e eles me deram esta chance. E com o desenvolvimento da atual temporada, estou recebendo o treinamento e indo a campo. Espero que até o fim deste ano a transição esteja mais próxima de chegar ao fim.
-Como você define seu personagem? Porque ele funciona como o alívio cômico da série também.
Acho que isso pode mudar um pouco quando começar a ir mais freqüentemente a campo. Temos que ver se isso vai funcionar também quando eu estiver nas ruas. A única coisa que eu tenho que fazer é me manter fiel às características do personagem e esperar as coisas se acertarem. Eu nunca foi instruído para ser o alívio cômico da série. Não era esta a minha intenção quando o programa começou, mas como em qualquer situação, seja num escritório ou num programa de TV, você acaba achando o seu lugar de acordo com o seu jeito.
-Eu não vejo seu personagem apenas como um alívio cômico. Em um episódio, você ajudou a resolver um caso usando o bom senso.
Eu gosto de pensar que estou agindo como uma pessoa da minha idade agiria nessas situações mórbidas. Eu falei com alguns dos especialistas que nós temos no set e o público ficaria chocado ao saber que há CSIs de verdade que dão risadas nas cenas do crime ou no laboratório. É, na verdade, um mecanismo de defesa trazer algo mais leve para aquela situação. Eu gosto de pensar que estou agindo assim. Fico feliz em saber que você vê desta forma.
Sim, é um tipo de humor negro!
Exato. Sempre que alguém está numa situação complicada, ou alguém está deprimido ou numa situação difícil de escapar, o que as pessoas fazem é tirar um sarro daquilo tudo. É desta forma que resolvo os meus problemas! Hahaha! Não dava para mudar agora.
-Há casos bem diferentes nos episódios, com umas coisas até, vamos dizer, nojentas. Você imaginava que a série se tornaria tão famosa?
Claro que no começo ninguém imaginava que a série seria um sucesso tão grande. Nunca fiz nada que alcançasse tanto sucesso. É óbvio que eu sabia que tinha algo especial no programa, mas você nunca sabe como a crítica ou o público vai receber tudo isso. Foi uma grande surpresa para mim.
-Depois do sucesso de CSI vieram o CSI Miami e agora CSI Nova York. Você acha que vai haver algum cruzamento entre todas estas séries?
Todos são ligados pelo conceito, mas eles não me contam nada do que estão programando, se vai ou não haver uma participação nas outras série.
-Participar de um programa sobre investigações criminosas ensina algo pessoal para você?Sim, acho que há várias coisas que eu aprendi trabalhando neste programa. Se não houvesse, acho que não haveria tantas pessoas nos assistindo. Todo mundo gosta de se entreter, mas ao mesmo tempo, há um pouco de educação. Eu aprendo algo, do ponto de vista pessoal, a cada episódio. Um pouco sobre a natureza humana e do que os homens são capazes de fazer e sobre temperamento e pensar racionalmente e, claro, coisas científicas também, como DNA e todas estas coisas que vêm junto com isso. Eu acho que cresço como pessoa também a cada novo trabalho que faço. Se eu continuar atuando, ficarei mais do que feliz em ser um pescador em um próxima série se isso me oferecer tantas recompensas quanto CSI me oferece em termos de alto aprendizado.
-E como é o seu relacionamento com os diretores e roteiristas? Você tem a chance de chegar até eles e sugerir tipos de assassinos ou crimes?
Desde o começo, os diretores e produtores têm sido super abertos a sugestões, mas há muita pressão em cima deles para novas idéias a cada semana. Eles acreditam bastante em nós, atores, e até nos encorajam a trazer novas idéias. Eu sempre me senti muito tranqüilo em ir conversar com eles. Uma das primeiras coisas que eu me lembro de ir falar foi sobre Greg mostrar que sente algo por Sara Sidle. É algo que veio do personagem, mas falando por mim mesmo, acho Jorja Fox muito linda e totalmente sexy. Eu fico feliz de ser o primeiro a expressar isso para o público e para ela. E os produtores adoraram a idéia e no dia seguinte, eles tinham revisado o roteiro e inserido isso. Agora, isso faz parte dos nossos personagens, ela sabe que eu estou lá e que provavelmente estou de olho nela quando ela vira e sai andando pelo corredor. A mesma coisa vale para o personagem de Marg [Catherine Willows], que hoje é vista como uma pessoa muito mais sexy. É o caso também das minhas aspirações de me tornar um investigador, que veio destas conversas com os roteiristas e produtores. Sobre o que acontece na história, nós deixamos para eles. É o trabalho deles desenvolver o que vai acontecer em cada episódio. Talvez algum dia eu me sinta à vontade para sugerir uma direção para uma história, mas por enquanto, prefiro ficar na minha.
-Quando você veio ao Brasil, eu ouvi algo sobre detetives daqui dizendo que o programa era tão rico em detalhes que poderia até mesmo instigar o crescimento dos crimes. Você concorda com isso?
Não. Acho que isso tem a ver com a própria curiosidade do ser humano em ver estes crimes, mas se alguém age de acordo com o que ele vê nos programas de TV, estas pessoas já têm problemas. O nosso programa deveria justamente ter um resultado inverso a este, pois os criminosos são sempre descobertos e presos. Se eles conseguissem fugir, eu até entenderia, mas não é o caso. Se eles acham que vão conseguir fugir da investigação, eles estão errados.
-Mas há alguns crimes na série que não foram resolvidos. Você sabe se eles vão voltar à tona?
Eu sei que o público adora. Os episódios do Paul Milander [interpretado por Matt O´Toole] estão entre os favoritos. E acho que é muito bom para Grisson e o resto de nós perder de vez em quando. Porque, falando sobre o meu personagem, quando eu vejo no roteiro que Greg cometeu algum erro... você sabe, meu personagem quer ser perfeito, mas até mesmo para ganhar o respeito do público, é preciso mostrar que você é humano e está sujeito aos mesmos erros que eles.
E acho também que [este tipo de episódio] é ótimo para aumentar a dramaticidade e tem uma resposta muito boa dos espectadores quando trazemos casos antigos. É muito legal. Eu adoro. Dá um bom contraste à série.
-O que você acha destes DVDs?
Eu adoro os DVDs. Eles são menores, não tem comerciais e também gosto muito de alguns extras. Mas o que mais me agrada é que vou poder guardar em casa por muito tempo todo este meu trabalho árduo. Tenho até medo de pensar onde eu guardaria, tipo, fitas de VHS de 10 temporadas de CSI. Dá para imaginar guardar 22 fitas vezes 10 no armário? Veja bem, eu adoro o programa, mas não tenho tanto espaço aqui em casa para isso.
-Você participou de Regras da Atração (Rules of Attraction, de Roger Avary - 2002), certo? Como foi esta experiência e você espera voltar a fazer filmes?
Eu gostei muito. Fiquei bastante amigo do diretor, os produtores e alguns dos atores. Foi um dos poucos trabalhos que fiz além de CSI, então, acho maravilhoso ter a chance de participar deste filme. Uma das coisas que mais me lembro é que no dia 11 de setembro [de 2001], coincidentemente era o dia em que faria a minha maior participação no filme. É uma coisa muito estranha para mim, porque quando vejo aquela cena, eu me lembro que enquanto estava dizendo aquelas palavras, estava acontecendo um dos momentos mais impactantes das nossas vidas.
Tirando isso, gostei muito de participar de todo o processo e de um filme que tinha uma mensagem tão forte. Eu adoraria continuar fazendo projetos como este. Tenho que ser bastante seletivo no que eu me envolvo porque não tenho muitas cartas para descartar, mas se Roger Avary ou algum dos produtores me chamassem, acho que eu faria, porque nós nos divertimos bastante.
-Mas não há nada programado ainda?
Tem algumas coisas meio que programadas para o verão. Vou deixar as portas abertas, ainda tenho alguns meses até lá. Mas eu só tenho dois meses de descanso entre as temporadas [de CSI], então espero fazer a escolha certa. Eu não planejo ficar trabalhando em TV para sempre e principalmente eu não espero trabalhar em CSI para sempre.
-Quando falei com um amigo meu que eu ia conversar com você, ele pediu para que eu te perguntasse qual o segredo do seu corte de cabelo.
(risos) Eu não posso dizer, ou teria que matá-lo. Eu brinco bastante, mas existe um tipo de competição entre Marg Helgenberger [Catherine Willows] e eu para ver quem vai ter mais tipos de penteados diferentes até o fim do programa.
Quando fiz o teste para o papel, eu estava com meu cabelo normal. Mas quando eu fiz Regras da atração, mudei o estilo. Quando voltei para o set, Danny [Cannon, um dos roteiristas] disse que meu cabelo estava muito normal e ele queria que eu fizesse algo. Então eu voltei para o trailer do cabeleireiro e falei para ele fazer duas linhas do lado da minha cabeça. Todo mundo achou que eu tinha ficado louco e eu decidi ir em frente com a brincadeira. E deu certo. Mas acho que um dia, se Greg se tornar um investigador vou ter que maneirar, por motivos profissionais, mas até lá, estou me divertindo com isso.
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Fonte:
Omelete